quarta-feira, 25 de março de 2009

Performance e Hertzberger

por Cibele Eller e Milla Mara

O objetivo do trabalho era unir, em uma única imagem, as ideias que permearam a criação da performance que apresentamos no começo de março, e os conceitos do livro Lições de Arquitetura de Herman Hertzberger.
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A imagem mostra num primeiro momento (lado esquerdo), a ocupação do espaço de forma linear e inconsciente. Analogamente, Hertzberger fala sobre a problemática da falta de identidade de um ambiente, que leva à alienação do indivíduo, e sobre o perigo da imposição de uma forma, por entidades superiores (governos, instituições,construtoras), geralmente pouco convidativa.

Num segundo momento (lado direito), cada pessoa ocupa o lugar de uma forma diferente, à sua maneira, descobrindo novas formas de uso e explorando mais o ambiente, sua forma e seus materiais. Hertzberger mostra em seu livro esta mesma importância: a polivalência da forma; a contribuição do privado no espaço público; a interação do ser humano com o ambiente.

O parte central revela o ponto mais relevante, tanto da performance como do livro, em que ocorre a transformação, o retirar da venda mostra a conscientização do indivíduo e a possibilidade que agora tem de experimentar o espaço de diversas formas. Talvez esse seja um dos maiores ojetivos do arquiteto: criar condições que incentivem as pessoas a 'tirarem suas vendas' e desfrutarem mais completamente do ambiente onde vivem.
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Usamos o Photoshop para trabalhar as imagens. O fundo é a foto clareada de uma escada vista por cima que retiramos do site br.olhares.com. As demais imagens são fotografias da própria performance. As ferramentas que mais usamos foram: o laço magnético e o poligonal; a borracha; a varinha mágica; o 'hue/saturation' para mudar a cor das imagens; a ferramenta de difusão (feather) para dar o efeito desejado na parte central; e a superposição de vários layers, principalmente no lado direito.

sexta-feira, 20 de março de 2009

O caminho de casa e o Complexo Arquitetônico da Pampulha

Primeiro trabalho no Photoshop.
Superposição do mapa retirado do google maps com o mapa desenhado por mim (percurso da EA à minha casa).




Segundo trabalho do Photoshop.
Complexo Arquitetônico da Pampulha.

Eu e a Marcela Figueiredo, após uma pesquisa na biblioteca sobre a Pampulha, procuramos usar as linhas curvas que é marcante nos trabalhos de Niemeyer. O desenho da lagoa da Pampulha funciona como o céu e os croquis foram colocados nesta parte justamente por que lembram o plano da imaginação. As fotos na parte de baixo representam o real, e foram unidas com o intuito de realçar a unidade entre as estruturas do complexo apesar do espaço que as distância.
Usamos as ferramentas da varinha mágica, o feather, o blur e a borracha.



segunda-feira, 9 de março de 2009

Nada melhor do que começar... caminhando!

Por incrível que pareça, caminhar pode ser mais do que dar um passo atrás do outro para chegar a algum lugar. Talvez, olhar mais atento às pessoas e às construções, ou mesmo um andar sem destino, pela simples fruição desse ato. Ao longo dos anos, alguns grupos desenvolveram estratégias nesse sentido, é claro que cada um ligado às características de sua época, mas todos com a mesma vontade: experimentar o novo.

Flânerie

Começo falando sobre o flâneur (tão conhecido por nós, vestibulandos da UFMG 2009, na obra de João do Rio). Esse termo é de origem francesa, que teoricamente significa ‘ocioso’, ´vagabundo’. Flanar também é definido pelo Aurélio como passear ociosamente, mas pode ser entendido como um caminhar pela cidade para experimentá-la.

Esse conceito surgiu no fim do século XIX com Charles Baudelaire e foi incorporado à prática de vários pensadores da época. A principal ocupação daquele que se propunha a flanar, era caminhar pelas ruas observando as pessoas, se possível, de diversas classes sociais e analisando seus comportamentos e ocupações. Para João do Rio em A alma encantadora das ruas, o flâneur se desvencilha do ‘jornalismo de gabinete’ para compreender o mundo com seus próprios olhos (e pernas!).

O flanar ganhou espaço num período de pós 2ª Revolução Industrial, em que o mundo se modernizava, mas muita vez deixava de lado as camadas sociais de menos prestígio. Por isso, pode-se dizer que o flâneur teve grande importância no sentido de se sensibilizar para esses aspectos e através de suas reflexões, denunciá-los.

Deriva

A deriva surge um pouco depois da flânerie através do movimento dos Situacionistas¹, na década de 50. Ela nada mais é do que andar, preferencialmente em pequenos grupos e sem um rumo definido, por diversos ambientes da paisagem urbana, observando os efeitos psicogeográficos² sobre eles e sobre as pessoas que o compõem.

Para ficar mais fácil de entender, quero deixar esta citação de um dos maiores situacionistas, Guy Debord: “Um bairro não é determinado apenas pelos fatores geográficos e econômicos, mas pela representação que seus moradores têm dele”. Através desse trecho é possível perceber os objetivos da deriva, que são, resumidamente, traduzir o sentimento das pessoas influenciado pelas zonas ou situações em que estão, e propor uma nova forma de urbanismo que leve em conta essas questões e também se importe com as transformações sociais e econômicas da sociedade moderna.

O exercício da deriva contra com os mais variados trajetos como “entrar de noite em prédios de demolição, zanzar de carona por Paris em dia de greve de transportes, perambular pelo subterrâneo das catacumbas cuja entrada é proibida ao público”³, etc. E é essa diversidade que faz com que os praticantes da deriva tenham maior capacidade de aplicar os conceitos da psicogeografia ao que vêem, refletir sobre o espaço e seus habitantes, e sentir, eles próprios, a influência do meio em seus comportamentos afetivos.
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1.Situacionistas: grupo europeu que se definia como a “vanguarda artística e política” da época (1957 a 1972). A principal ideia do movimento se relacionava com criar situações para obter prazer próprio, baseada em características da surrealismo e do dadaísmo.
2.Psicogeográficos: relativo à psicogeografia. Psicogeografia: estudo da influência do espaço sobre o psicológico da pessoa que o utiliza, e seus efeitos no comportamento da mesma.
3.Trecho retirado do livro Apologia da deriva: escritos situacionistas sobre a cidade, organizado e apresentado por Paola Berenstein Jacques.

Parkour

Se a flânerie e a deriva surgiram da necessidade de mudar a forma de andar pelo mundo por causa das transformações ocorridas naquele tempo, quanto mais agora, com mudanças acontecendo em velocidades jamais vistas, é previsível que o modo de caminhar também mude. O parkour tem sido a escolha de muitos para isso.

Precedido desde o início do século XX por práticas similares, o parkour se estruturou e ganhou esse nome somente em 1998 por David Belle. O termo, também de origem francesa, deriva de uma prática (parcours du combattant) de treinamento militar para ultrapassar obstáculos.

O parkour não tem regras, somente alguns movimentos básicos, e consiste em correr o mais rápido possível pelo caminho mais curto, isto é, ultrapassando quase todo tipo de obstáculo. Assim, pular de um prédio para o outro, escalar muros ou saltar grandes distâncias, são movimentos comuns ao traceur, praticante do esporte.

Assim como os outros tópicos mencionados, o parkour é um reflexo de sua época, o hoje nesse caso. Podemos relacionar sua rapidez à velocidade proposta pelas novas tecnologias ou à rotina sem intervalo de muitos. Também, é comparável essa busca por romper barreiras tanto físicas como emocionais, com o avanço da ciência.

Referências bibliográfica:

Cibele

Apresentação

Primeiramente, sejam todos bem-vindos a mais este espacinho na internet. Este blog é uma extensão das disciplinas de Plástica e Informática do meu curso (AU - UFMG) e, portanto, é uma mais ideia dos nossos professores. Aqui vocês vão encontrar muito das minhas pesquisas e trabalhos, assim, espero que este blog seja um lugar de aprendizagem, reflexão e troca de conhecimento no que diz respeito à Arquitetura e ao Urbanismo.

Alguns podem dizer que ainda é cedo para começar (estou só no 1º período do curso), mas creio que no “aprender arquitetura” todas as etapas são válidas e igualmente importantes. Afinal, o início, a base não podem ser esquecidos!

Para os que não entendem nada de arquitetura, faço o convite para conhecerem melhor este mundo (tudo de bom) e deixarem a opinião de vocês, pois será super válida. Para os que iniciam esta jornada agora, dou mais que boas-vindas, porque acredito que vocês serão muito importantes neste blog e convido-os a compartilhar o que sabemos ou o que estamos descobrindo, para que cresçamos juntos. Para os que sabem muito, peço que estejam sempre por perto contribuindo para nossa (minha e dos leitores) formação.

Cibele